quarta-feira, 23 de junho de 2010

O design de guerra


Uma das batalhas mais árduas de uma guerra é a de convencer as pessoas que ela é necessária, e as envolver nesse processo, tornando-as parte da mesma. E nesse processo o design tem sido utilizado como uma grande arma. Toda guerra tem um preço, e para convencer as pessoas a pagar, é necessário vender uma idéia, idéia a qual tem que ser trabalhada de forma absolutamente branda e expressiva. Triste, mas verdade, a união desses fatores traz um design fantasticamente expressivo e bem resolvido.
O velho Tio San… Que virou um ícone patriótico americano pra uns, e o senhor da guerra para outros.
Cartaz de 1917 da revolução russa, a imagem do imponente Lênin ao vento sob o vermelho glorioso da bandeira comunista.
Cartaz de propaganda pragmática comunista da revolução russa, um governo centrado, que mostra resultados. Cartaz feito em proporções perfeitamente calculadas.
Propaganda nazista de 1933, com o intuito de convocar toda a população a acreditar nos propósitos da guerra e seus ideais, como a segunda guerra foi justificada para os alemães na injustiça da primeira guerra mundial, vemos soldados no céu, a suástica trabalhada de forma divina, e a população representada pelo homem e seu filho caminhando ao lado do exército.
“Não deixe essa sombra Tocá-los” Cartaz de 1942 (Segunda-Guerra) com uma mensagem trabalhada de forma “subliminar” onde o risco não é demonstrado de forma explicita, o que reforça a idéia da mensagem. De forma apelativa o cartaz tenta convencer americanos a comprar créditos de guerra.
Outro cartaz vendendo créditos de guerra. Em tom de “prestação de contas” o intuito é informar pra onde vai o dinheiro.
Cartaz de 1943 que apela para o clichê da luta pra manter a liberdade e o Modo de vida Americana (American Way of life) pela liberdade de expressão, religião, gostos e do medo.
Publicidade de 1944 vendendo a idéia dos ideais e do comportamento “humanitário” do exército e do modo americano de fazer as coisas.
Cartilhas de treinamento do exercito americano. “Aprenda a ajustar uma respiração correta e rápida. Faça isso ao respirar e isso não vai acontecer com você” – emitida pela Chemical Warfare Service
Cartaz britânico convocando os judeus da Inglaterra para lutarem na guerra (“A Grã-Bretanha tem sido tudo o que ela poderia ser para os judeus – os judeus serão tudo que eles podem ser para Grã-Bretanha – aliste-se em qualquer regimento” )
Mídia Americana mostrando sua tecnologia de guerra, usando itens que no contexto de 1945 representavam o apogeu tecnológico, como o submarino.
Material gráfico da guarda nacional, também reforçando a idéia de deter o melhor da tecnologia a seu serviço. Uma propaganda das Forças Aéreas Americanas.
Cartaz das forças aéreas alemãs; como eles não esbanjavam de aviões bonitos e bem equipados quanto os da força aérea americana, optaram por usar uma imagem que enquanto signo representasse algo eficaz em força aérea, e encontraram esse elemento na águia de grandes garras. Excelente cartaz, com um fantástico caminho visual.
Mídia do exército chinês, explorando um de seus pontos fortes, que era o grande número de combatentes.
Cartaz que reforçava a lembrança tanto americana quanto inglesa que ambos sempre lutaram juntos pela liberdade
Da série “Conversas desnecessárias custam vidas” mídia americana que tinha por fim evitar boatos descontentes sobre a guerra.
Cartoon cômico de incentivo a permanência na guerra. “Pegue ele desprevenido” .
Mídia americana de recrutamento para guerra do Iraque de 2008. O material gráfico também era acompanhado pelo site http://www.goarmy.com com propagandas em prol do recrutamento pro exército americano. O site ainda funciona pro mesmo intuito.
Bem, como já dizia o poeta “Uma guerra sempre avança a tecnologia, mesmo sendo guerra santa, quente, morna ou fria” e infelizmente essa realidade também se aplica ao design.

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